Comentário Sobre o Tema "Terra Oca"

agrocassiano   


O tema da Terra oca não é um conceito moderno que vem dos investigadores do século XIX ou a certos autores como Jules Verne. Parece que os sumérios já evocavam esta ideia sob o nome de Abzu (Apsu em acadiano). Apesar da abundância de referências antigas sobre o misterioso tema dos mundos ocos, os pesquisadores em ciências sociais ou em astrofísica consideram esta questão como absurda ou ignoram essas referências.  Na mitologia mesopotâmica, o Abzu é o abismo situado sob a crosta terrestre. Este gigantesco leito de água irriga não só os rios Tigre e Eufrates, mas também todas as águas do mundo.  Encontramo-la na tábua de argila número 11 da versão ninivita da Epopeia de Gilgamesh. O "deus" Ea (Enki), mestre do Apsu (Abzu), adverte Ut-napishtim (o Noé babilônico) que um cataclismo decidido pelo Conselho Superior dos "deuses", irá cobrir toda a Terra e não deixará nenhum sobrevivente. Ea-Enki oferece ao seu protegido um modo de fabricar um barco insubmergível que lhe permitirá de navegar sobre o mar e de escapar ao dilúvio. O Senhor do mundo subterrâneo aconselha depois Ut-napishtim a dizer a todos aqueles que acham a sua partida um pouco suspeita o seguinte : "[Diz-lhes]: "Temo que Enlíl [NDR : Enlíl é o adversário de Ea-Enki] me odeie. Por isso não ficarei mais na vossa cidade, não ficarei mais no território de Enlíl, vou descer ao Apsu para permanecer com o meu Senhor Ea."" Nós só poderemos traduzir corretamente este estranho conselho se considerarmos o Apsu como sendo o mundo subterrâneo onde vive Ea-Enki, e onde o seu protegido Ut-napishtim, encontrará refúgio. Não está indicado na tábua de argila, mas é fácil imaginar o Senhor do abismo aconselhar a Ut-napishtim sobre a maneira de como se juntar a ele no seu mundo subterrâneo passando pela abertura de um dos pólos do planeta. Enki-Ea nunca teria dito a Ut-napishtim de se juntar a ele no "mundo de cima" enquanto um "furacão torrencial destruía a Terra durante  dias e  noites", segundo o mesmo texto acadiano... A violência deste dilúvio é ainda mais evidente se continuarmos a leitura deste texto :    "Os Anunnaki brandiram as suas "tochas" de seu brilho divino, que incendiou a Terra... os deuses, tomados pelo terror do dilúvio, fugiram subindo ao Céu de Anu".    As tochas são as embarcações incendiadas dos "deuses" que lhes permitiram deixar a Terra e juntarem-se ao "deus" An(u) no céu. Foi também do céu que os "deuses" puderam ver os danos do dilúvio à superfície da Terra. Enquanto isso, Enki-Ea que não fazia parte da viagem, estava tranquilo no seu Absu (Apzu) com a sua família e com Ut-napishtim ! Quando a palavra suméria AB-ZU é decomposta, obtemos "o buraco da sabedoria" ou ainda "a residência do conhecimento". Alguns autores como Jocelyn Godwin (Arktos, Unlimited Adventure Press) fizeram a síntese de trabalhos de outros investigadores do século XIX, sobre os continentes interiores de Agartha e da cidade de Shambala, que manteria relações com o Tibete. O que abrangem estes lugares míticos ? O reino de Agartha encontrar-se-ia no centro da Terra. É para onde vão os abençoados e onde reina uma luz celestial. É pelo menos o que emerge das lendas tibetanas e esta ideia é consistente. O reino de Agartha não se encontrava no centro da Terra, mas no deserto de Gobi, há mais de 6000 anos atrás. A sua capital situava-se onde se encontram hoje as ruínas de Khara Khota. Detalhe importante, isto implica que a palavra Agartha não engloba totalmente o conceito da Terra oca. Tradições ocultas vindas do Tibete explicam que houve uma terrível guerra no deserto de Gobi, assento da civilização avançada dos Uigures, e que a guerra nuclear destruiu tudo na sua passagem. Esta guerra condenou o reino de Agartha a refugiar-se no coração da Terra. O termo AGA-AR-THA "Grande espírito puro e total" vem da língua mongol que é adaptada do alfabeto Uigur. O alfabeto Uigur é derivado do alfabeto Sogdiano, que por sua vez, vem do aramaico. Um pequeno exercício ao qual os meus leitores estão habituados, permite-nos decompor esta palavra com a ajuda da Emešà, a língua matriz dos Gina'abul (silabário sumério-acadiano) : A-GÀR (planície); TA5 (brilhante), ou seja "a planície brilhante", ou ainda A-GÀR-TA5-HÁ "a planície brilhante da multiplicidade". Mais uma vez a ideologia Gina'abul e suméria permite-nos desmitificar o significado mais profundo de um termo lendário, porque realça ao mesmo tempo os aspectos divino e terrestre de Agartha, como antiga planície banhada pelo sol onde residia uma multiplicidade de indivíduos. O simbolismo axial do Universo (ou seja a montanha e a caverna) é totalmente óbvio aqui... O mesmo tipo de exercício permitir-nos-á de decompor a palavra Shambala, que seria uma localidade intra-terrestre, uma cidade verde e branca construída de pedras preciosas brilhantes. ŠÀ-AM-BALA dá em sumério : "o coração do senhor que escava os fossos" ou "as entranhas do senhor do fundo curvado". Este conceito engloba a ideologia mesopotâmica que faz do Senhor do abismo Enki-Ea "Senhor das minas" ou aquele "das entranhas da terra ou do fundo curvado do planeta". Apesar da abundância de referências antigas sobre o misterioso tema dos mundos ocos, os pesquisadores em ciências sociais ou em astrofísica consideram esta questão como absurda ou ignoram essas referências. Porque é que a possibilidade da nossa Terra ser oca ou mesmo habitada por entidades estranhas toca tanto a nossa sensibilidade ? O nosso inconsciente coletivo lembra-se da existência destes "deuses" de forma "animal" que viveria debaixo dos nossos pés. Admitir a presença de cavidades terrestres gigantes, obrigaria a Comunidade Internacional (que gere os assuntos do planeta) a dar explicações à humanidade. Será que a Comunidade deseja mostrar ao mundo inteiro a existência de tais entidades, mais ou menos favoráveis ? Será que ela quer ridicularizar-se e correr o risco de perder o controlo sobre os seus escravos humanos ? Se o enorme embuste vier a ser descoberto um dia, será que ela quererá exibir os "deuses" que vivem nas montanhas e que administram os assuntos humanos ? O grande segredo acabará por ser revelado um dia, provavelmente em breve, mas duvido que tudo isso aconteça na maior das serenidades.

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