“O objetivo do argumento, ou da discussão, não deve ser vitória, mas progresso.“ - Joseph Joubert
Aqui vai uma pequena ponte entre a perspectiva de desenvolvimento da consciência humana em direção à Alma da Consciência segundo a Antroposofia e a Hierarquia de Discordância de Paul Graham:
HIERARQUIA DE DISCORDÂNCIA DE PAUL GRAHAM
NÍVEL 1 – DESRESPEITO E XINGAMENTO: puro xingamento e nada mais. Usa a grosseria para se posicionar contra sem elaborar.
NÍVEL 2 – AD HOMINEM: ao invés de discordar do ponto principal prefere atacar o autor. (Burro! Machista! Homofóbico! Ignorante! e etc…)
NÍVEL 3 – ESCRITA / RESPOSTA AO TOM: critica o estilo da escrita sem justificar e sem analisar o ponto central. Ataca a forma do discurso e não o seu conteúdo.
NÍVEL 4 – DO CONTRA: se coloca contrário mas sem justificativas e/ou raciocínio. Consiste na mera afirmação de uma ideia contrária à do texto original. (“Isto é muito ruim.”)
NÍVEL 5 – CONTRA-ARGUMENTAÇÃO: contradiz o que foi dito com justificativas e raciocínio. É uma forma de discordância superior às anteriores, e com maior potencial para afetar positivamente a discussão em alguns casos. Consiste em uma forma mais sofisticada de contradição, onde além de confrontar o conteúdo da proposição original, também são apresentados argumentos sólidos e logicamente sustentáveis como embasamento.
NÍVEL 6 – REFUTAÇÃO DE TRECHO: É um nível onde há contribuição real ao debate, e consiste em uma evolução do contra-argumento. Mas agora, atacando um ponto relevante da ideia original e que de fato tenha sido defendido pelo autor.
NÍVEL 7 – REFUTAÇÃO DO PONTO CENTRAL: Esse é o nível máximo de discordância, onde a refutação tem como alvo o ponto central da ideia defendida pelo autor original. Uma vez refutado o ponto central, toda a argumentação precisa ser abandonada ou revista, levando a discussão a níveis cada vez mais altos e gerando aprendizado.
Aqui, ao subirmos os níveis da Hierarquia de Discordância de Paul Graham, podemos perceber um caminho similar ao proposto pela Antroposofia em direção à Alma da Consciência – onde se faz clara a necessidade da superação dos aspectos inferiores da Alma Humana para uma busca autêntica e honesta em direção à Verdade.
Observe que quanto mais inferior o nível da Hierarquia, menos consciência existe em relação ao que está sendo discutido ou abordado, onde geralmente se refletem aspectos como pessoalidade, simpatia/antipatia, parcialidade, necessidade de auto-afirmação pessoal (egocentrismo), incapacidade de observar ou pensar (e compreender) o que está sendo abordado e etc…
Nos níveis inferiores, estou mergulhado na inconsciência em relação ao tema ou me recuso a aceitar a Verdade (por necessidade do ego inferior). Em ambos posso me tornar veículo de Forças Adversas, tanto na perspectiva de me tornar veículo inconsciente ou mesmo por conscientemente ignorar aspectos da realidade pela não aceitação da Verdade que confronta as minhas necessidades pessoais ou de auto-afirmação (certezas intransigentes e imperativas).
Devido a solicitações das Instituições, quero colocar que minhas opiniões não refletem necessariamente posições da Antroposofia, das instituições antroposóficas e da Sociedade Antroposófica no Brasil ou a Geral.